A Cimeira das Cidades de Timisoara, apoiada pela Eurocities, reuniu autarcas, diplomatas e funcionários da UE para discutir o futuro da expansão do bloco. Os líderes municipais argumentaram que, sendo o nível de governo mais próximo dos cidadãos e responsáveis pela implementação de até 70% da legislação da UE, as cidades devem estar no centro do processo de alargamento. A declaração adotada insta as instituições da UE e os governos nacionais a estabelecerem um diálogo permanente com as cidades, a reforçarem os mecanismos de financiamento direto para responder às realidades locais e a lançarem um programa para a partilha de boas práticas. Dominic Fritz, presidente da Câmara de Timisoara, sublinhou que “as vozes desta região [Europa Central e Oriental] ainda não estão a ser suficientemente ouvidas nos corredores de Bruxelas”.

A comissária europeia para o Alargamento, Marta Kos, reconheceu o papel vital das cidades como “motores das nossas aspirações de unificar o nosso continente”.

O debate surge num momento em que o processo de adesão dos Balcãs Ocidentais se arrasta há mais de duas décadas, com analistas a apontarem para a falta de reformas, disputas bilaterais e uma crescente desconfiança em relação a Bruxelas em países como a Sérvia.

A guerra na Ucrânia, no entanto, deu um novo impulso geopolítico à questão do alargamento, visto agora como essencial para a estabilidade e segurança da Europa.