Simultaneamente, autarcas de toda a Europa, reunidos em Timisoara, defendem um papel central para as cidades neste processo, considerando-o um "imperativo de segurança".

Durante a sua visita a países como a Albânia e o Montenegro, Ursula von der Leyen reafirmou o apoio de Bruxelas, declarando: "Estamos prontos para apoiá-los em cada passo do caminho". No entanto, a visita ocorre num contexto de frustração para os países dos Balcãs Ocidentais (Albânia, Sérvia, Montenegro, Macedónia do Norte, Bósnia-Herzegovina e Kosovo), que aguardam há anos pela adesão e observam com descontentamento o avanço rápido das candidaturas da Ucrânia e da Moldova.

Esta perceção de lentidão e exigências excessivas alimenta o ceticismo e abre espaço à influência russa e chinesa na região.

Em paralelo, a Cimeira das Cidades sobre o Alargamento da UE, em Timisoara, resultou na "Declaração de Timisoara", que apela a um maior envolvimento dos municípios. Os autarcas argumentam que, sendo o nível de governo mais próximo dos cidadãos e responsáveis pela implementação de até 70% da legislação da UE, as cidades devem ter um papel ativo nos debates, acesso a financiamento direto e apoio para partilha de conhecimentos. Dominic Fritz, presidente da Câmara de Timisoara, sublinhou a necessidade de as vozes das cidades, especialmente da Europa Central e Oriental, serem "suficientemente ouvidas nos corredores de Bruxelas e Estrasburgo". A Comissária para o Alargamento, Marta Kos, apoiou esta visão, descrevendo as cidades como "motores das nossas aspirações de unificar o nosso continente".