Esta mudança reflete uma transição de uma postura reativa para uma abordagem de segurança e defesa a longo prazo, reconhecendo a necessidade de uma maior autonomia e capacidade de dissuasão europeia.
A intensificação da cooperação é vista como crucial.
Mark Rutte, secretário-geral da NATO, sublinhou que a organização está pronta para responder a qualquer provocação intencional, destacando a complementaridade entre as duas organizações: "A NATO é boa nas coisas pesadas [armamento e estratégia militar], enquanto a União Europeia tem um enorme 'soft power' [poder de persuasão e diplomático].
Esta combinação é crucial para que a Rússia não prevaleça". A urgência é acentuada por avisos dos serviços secretos alemães, que consideram que Moscovo não hesitará em entrar em conflito militar direto com a NATO se necessário.
Em resposta, a UE está a desenvolver um plano de prontidão para a defesa até 2030, que inclui a criação de uma "muralha de drones" para detetar e neutralizar ameaças aéreas. Esta iniciativa, inicialmente focada no flanco oriental, foi expandida para toda a Europa e conta com o potencial financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI). Paralelamente, cresce o apelo para um maior investimento na indústria de defesa do continente. Ricardo Rio, autarca de Braga e relator do Comité das Regiões, defendeu um "investimento ambicioso" e a necessidade de "pensar em comprar europeu, e não só nacional", para que o projeto europeu possa continuar a defender-se.
Esta visão é partilhada pelo Parlamento Europeu, que aprovou uma resolução a pedir "medidas coordenadas, unidas e proporcionadas contra todas as violações do espaço aéreo".













