A instabilidade na segunda maior economia da zona euro e a dificuldade em aprovar um orçamento levantam questões sobre a governabilidade do país e o seu papel na UE.
A crise foi despoletada pela demissão de Lecornu poucos dias após ter sido nomeado, num contexto de um parlamento fragmentado sem maioria clara. A decisão do Presidente Emmanuel Macron de o reconduzir foi imediatamente contestada pela oposição, com a extrema-direita de Marine Le Pen e a esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon a prometerem moções de censura.
Para tentar garantir a sobrevivência do seu governo, Lecornu anunciou a suspensão da controversa reforma das pensões "até janeiro de 2028", uma condição exigida pelo Partido Socialista para não apoiar a queda do executivo.
Esta instabilidade política em Paris está a ser acompanhada "com atenção" pelas instâncias europeias, como afirmou a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.
A imprensa europeia expressa consternação com a "crise política interminável", alertando para as "repercussões económicas e financeiras".
A França, com uma dívida pública de 115,6% do PIB e um défice de 5,8% em 2024, enfrenta o desafio urgente de apresentar um orçamento para 2026, uma tarefa que se afigura complexa num parlamento hostil. A situação é vista como um sintoma do "fim do 'Macronismo'", com um presidente enfraquecido e isolado, o que gera receios de uma paralisia que poderá limitar o peso de França nas decisões europeias.













