Após sobreviver a duas moções de censura, o governo de Lecornu conseguiu um fôlego temporário ao suspender a controversa reforma das pensões até 2028, uma condição imposta pelo Partido Socialista para não derrubar o executivo.

No entanto, a fragilidade parlamentar do governo de Emmanuel Macron persiste.

A imprensa europeia mostrou-se "consternada" com a "crise política interminável", alertando para as "repercussões económicas e financeiras".

O projeto de orçamento francês prevê um défice de 4,7% do PIB em 2026, com o compromisso de o reduzir para 3% até 2029, em linha com as regras da UE. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que as instâncias europeias estão a acompanhar "com atenção" a evolução da situação, expressando "fortes esperanças de que sejam encontrados caminhos para cumprir os compromissos orçamentais internacionais".

A crise em Paris ocorre numa altura em que a dívida pública francesa atinge 115,6% do PIB e o crescimento económico estagna, aumentando a apreensão em Bruxelas sobre a estabilidade da Zona Euro.