O Conselho de Estado francês rejeitou um recurso de Marine Le Pen, mantendo a aplicação imediata da sua inelegibilidade política por cinco anos, uma decisão que ameaça as suas ambições de se candidatar às eleições presidenciais de 2027. A condenação está ligada ao desvio de fundos do Parlamento Europeu para o pagamento de assistentes que trabalhavam para o seu partido. Em março, a líder da União Nacional (RN) foi condenada a quatro anos de prisão (dois sob vigilância eletrónica), a uma multa de 100 mil euros e à inelegibilidade imediata por cinco anos no caso dos "contratos fictícios" de assistentes parlamentares entre 2004 e 2016.
Le Pen recorreu da sentença, mas o Conselho de Estado indeferiu o seu pedido para suspender a inelegibilidade enquanto o recurso não é julgado, argumentando que tal "excede as competências do primeiro-ministro".
O caso teve origem num alerta do Parlamento Europeu em 2015 sobre a possível utilização fraudulenta de fundos. Além deste processo, a Procuradoria Europeia abriu em julho uma nova investigação ao partido de Le Pen e aos seus aliados de extrema-direita em Bruxelas por suspeitas de "gastos indevidos" de mais de 4,3 milhões de euros entre 2019 e 2024. A decisão judicial, embora não definitiva, já levou à destituição de Le Pen do seu cargo de conselheira departamental, embora mantenha o mandato de deputada na Assembleia Nacional.
Em resumoA manutenção da inelegibilidade de Marine Le Pen, decorrente de um caso de má utilização de fundos do Parlamento Europeu, representa um sério revés para a líder da extrema-direita francesa. A decisão judicial sublinha as consequências legais do caso e lança uma sombra de incerteza sobre o futuro político da sua candidatura presidencial.