A iniciativa inclui projetos emblemáticos como a criação de uma "muralha de drones" na fronteira oriental. Perante um cenário geopolítico instável, marcado pela guerra na Ucrânia e por repetidas incursões de drones russos em espaço aéreo europeu, a Comissão Europeia delineou o "Roteiro de Prontidão para a Defesa 2030", também conhecido como plano "ReArm Europe". Este plano representa uma mudança estratégica fundamental, procurando dotar o bloco de uma postura de defesa mais proativa e integrada. No centro desta estratégia estão quatro projetos-chave: a Iniciativa Europeia de Defesa contra Drones, a Vigilância do Flanco Oriental, o Escudo Aéreo Europeu e o Escudo Espacial de Defesa. A "muralha de drones", inserida na primeira iniciativa, é descrita como um sistema tecnologicamente avançado e multicamadas, com o objetivo de detetar, rastrear e neutralizar aeronaves não tripuladas hostis, devendo estar totalmente operacional até ao final de 2027.

A urgência da medida reflete a crescente preocupação com a segurança no flanco leste.

O plano mais vasto apela a um aumento significativo da cooperação entre os Estados-membros, estabelecendo metas para as aquisições conjuntas de equipamento militar – 40% até 2027 – e para a compra de material produzido na Europa ou na Ucrânia.

O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, enquadrou esta viragem estratégica ao afirmar que "a paz sem defesa é uma ilusão" e que o rearmamento europeu "não é um luxo, é uma necessidade", defendendo que tal esforço não deve sacrificar o Estado social.

A estratégia visa também reforçar a mobilidade militar, criando corredores logísticos para o transporte rápido de tropas e equipamento em toda a União, em coordenação com a NATO.