Embora acolha oficialmente qualquer iniciativa de paz, Bruxelas e várias capitais europeias expressaram ceticismo e preocupação com o papel da Hungria e as complexidades legais e diplomáticas envolvidas.
A Comissão Europeia, através do seu porta-voz Olof Gill, declarou que "qualquer reunião que promova uma paz justa e duradoura na Ucrânia é bem-vinda".
No entanto, esta posição oficial contrasta com o ceticismo manifestado por vários grupos políticos no Parlamento Europeu e por analistas, que temem que a cimeira possa minar a unidade da UE na sua política face à Rússia.
A escolha de Budapeste como local do encontro é particularmente controversa, dado o alinhamento do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, com Putin e Trump. Analistas como o professor Alberto Alemanno descrevem Orbán como um "cavalo de Troia" dentro da UE, que age de forma mais leal aos interesses da Rússia e dos EUA do que aos do bloco.
A cimeira enfrenta ainda enormes obstáculos legais.
Vladimir Putin é alvo de um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, e a Hungria, como signatária do Estatuto de Roma, teria a obrigação teórica de o deter. Além disso, as sanções da UE proíbem aeronaves russas de sobrevoar o espaço aéreo do bloco, o que complica logisticamente a viagem do líder russo. Apesar destes impedimentos, Orbán já garantiu que fará tudo para que o encontro se realize, posicionando a Hungria como uma "ilha da paz", numa tentativa de capitalizar politicamente o evento e desafiar a linha dura da UE contra Moscovo.













