A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou qualquer medida que conduza a uma "paz justa e duradoura", uma posição ecoada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, que considerou que o "diálogo que se faça no sentido de obter acordos de paz ou de cessar-fogo é sempre bem-vindo". No entanto, a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, expressou ceticismo, afirmando que a perspetiva da reunião em Budapeste "não é boa". A escolha da capital húngara é particularmente controversa, com analistas a descreverem a Hungria de Viktor Orbán como um "cavalo de Troia" e a "quinta coluna da Rússia de Putin dentro do Conselho Europeu".
O próprio Orbán capitalizou a escolha, declarando que o seu país é "o único lugar na Europa" onde tal encontro poderia ocorrer.
A cimeira levanta ainda um complexo problema jurídico: Putin é alvo de um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI), e a Hungria, como signatária do Estatuto de Roma, teria a obrigação de o deter. Contudo, Budapeste já sinalizou que não o fará, com o comentador José Azeredo Lopes a defender que a negociação de paz "justifica claramente uma exceção à obrigação de detenção". A UE teme um acordo negociado à sua margem, que possa legitimar as conquistas territoriais russas e minar o direito internacional, uma preocupação partilhada por líderes como Emmanuel Macron, que insiste que a Europa deve estar representada "em todas as negociações que afetem a sua segurança coletiva".














