A sobrevivência do executivo foi assegurada após uma cedência estratégica crucial: a suspensão da controversa reforma das pensões até janeiro de 2028.

A manobra política visou garantir a abstenção ou o voto contra do Partido Socialista (PS), cujos votos eram decisivos.

A reforma, uma das medidas mais emblemáticas do presidente Emmanuel Macron, previa o aumento da idade da reforma de 62 para 64 anos e tinha sido alvo de forte contestação social.

Ao anunciar a suspensão, Lecornu respondeu à "exigência inegociável" dos socialistas, que em troca se comprometeram a não votar pela queda do governo.

A primeira moção, apresentada pela França Insubmissa (esquerda radical) e apoiada pela União Nacional (extrema-direita), obteve 271 votos, ficando a apenas 18 dos 289 necessários para ser aprovada. A segunda moção, da União Nacional, foi rejeitada com 144 votos.

Lecornu descreveu o momento como "um momento da verdade", questionando se a Assembleia preferia a "ordem republicana" ou a "desordem".

Apesar de ter ultrapassado este teste, a margem curta na primeira votação evidencia a extrema fragilidade do governo minoritário, que terá agora de negociar o orçamento para 2026 num parlamento altamente fragmentado.