A União Europeia deu um passo decisivo para a sua independência energética ao aprovar uma eliminação progressiva das importações de gás russo, com uma proibição total prevista para 1 de janeiro de 2028. A medida, que contou com um "apoio esmagador" dos Estados-membros, visa cortar uma importante fonte de financiamento da máquina de guerra do Kremlin e pôr fim à utilização da energia como arma política por parte de Moscovo. O acordo, alcançado no Conselho da União Europeia, estabelece um quadro legal vinculativo para a eliminação gradual das importações de gás, tanto por gasoduto como na forma de gás natural liquefeito (GNL).
O Comissário Europeu da Energia, Dan Jørgensen, saudou a decisão como um passo fundamental para a UE "conquistar a sua independência energética", afirmando que "durante demasiado tempo, permitimos que Putin usasse a energia como arma contra nós".
Embora a medida tenha sido aprovada por maioria qualificada, enfrenta a resistência de países como a Hungria e a Eslováquia, cujas economias são mais dependentes da energia russa.
A legislação prevê isenções para estes países sem litoral para garantir a segurança do seu abastecimento.
O Parlamento Europeu defende uma abordagem ainda mais ambiciosa, propondo o fim das importações de GNL russo já em 2026. Portugal encontra-se entre os oito Estados-membros que terão de encontrar alternativas, embora a sua dependência do GNL russo seja relativamente pequena, tendo caído de 15% em 2021 para cerca de 5% em 2024.
Em resumoA decisão da UE de proibir as importações de gás russo até 2028 é um marco na sua estratégia de segurança energética e na sua resposta à guerra na Ucrânia. Embora demonstre uma forte vontade política de cortar os laços energéticos com Moscovo, a sua implementação exigirá uma gestão cuidadosa para garantir a segurança do abastecimento, especialmente nos Estados-membros mais dependentes.