Esta decisão, formalizada durante uma cimeira em Bruxelas, assinala uma mudança estratégica na postura de segurança da UE, motivada pela contínua agressão russa na Ucrânia. O acordo apela à operacionalização de "coligações de capacidades" em áreas prioritárias, com o apoio da Agência Europeia de Defesa, visando desenvolver um espetro completo de capacidades militares modernas em plena coerência com a NATO.

O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, destacou a importância do momento, afirmando que "a paz sem defesa é uma ilusão" e que o rearmamento europeu "não é um luxo, é uma necessidade". Costa refutou a ideia de que o investimento em defesa tenha de ser feito em detrimento do Estado social, argumentando que a defesa serve precisamente para proteger o modelo social europeu. Esta iniciativa está alinhada com o recém-acordado Programa Europeu da Indústria de Defesa (EDIP), que dispõe de um financiamento de 1,5 mil milhões de euros para o período 2025-2027. O objetivo é reduzir as dependências estratégicas da UE e fortalecer a sua base tecnológica e industrial de defesa, num esforço para que o bloco assuma maior responsabilidade pela sua própria segurança num cenário geopolítico cada vez mais instável.