A União Europeia intensificou a pressão sobre Moscovo com a aprovação do 19.º pacote de sanções, que pela primeira vez visa diretamente o setor do gás russo. A medida representa um passo crucial para diminuir a capacidade do Kremlin de financiar a guerra na Ucrânia e foi anunciada à margem de uma cimeira de líderes em Bruxelas. O novo pacote de sanções, cuja aprovação foi possível após a Eslováquia ter levantado o seu veto, inclui um bloqueio total às importações de gás natural liquefeito (GNL) russo a partir de 1 de janeiro de 2027, embora o Parlamento Europeu defendesse um prazo mais curto, para 2026. As medidas visam também a chamada "frota fantasma" de petroleiros utilizada por Moscovo para contornar restrições, com mais 117 navios adicionados à lista de sanções. Adicionalmente, as restrições foram alargadas a bancos russos, bolsas de criptomoedas e entidades em países terceiros, como a China e a Índia, acusadas de apoiar a indústria militar russa.
A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, sublinhou a eficácia da medida, afirmando que "é cada vez mais difícil para Putin financiar esta guerra". Na mesma linha, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou: "Pela primeira vez, estamos a atingir o setor do gás da Rússia, o coração da sua economia de guerra.
Não cederemos até que o povo da Ucrânia tenha uma paz justa e duradoura".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, classificou a decisão como "uma mensagem muito forte para a Rússia".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que esteve presente na cimeira, saudou o novo pacote, considerando-o "crucial" e um sinal de que a pressão conjunta da Europa e dos Estados Unidos deve aumentar.
Em resumoO 19.º pacote de sanções da UE representa uma escalada significativa na pressão económica sobre a Rússia, visando pela primeira vez o seu lucrativo setor de gás natural liquefeito. Ao incluir também a "frota fantasma" e entidades de países terceiros, o bloco procura fechar lacunas e asfixiar financeiramente a máquina de guerra do Kremlin, reafirmando o seu compromisso de longo prazo com a Ucrânia.