A União Europeia deu um passo decisivo para terminar a sua dependência energética da Rússia, com os ministros da Energia a aprovarem uma eliminação progressiva das importações de gás russo. A medida, que prevê uma proibição total a partir de 1 de janeiro de 2028, enfrenta a resistência da Hungria e da Eslováquia. O Conselho da UE aprovou a sua posição de negociação sobre um regulamento que visa pôr fim à dependência energética russa, após a utilização do gás como "arma política" por parte de Moscovo. A decisão, que contou com um "apoio esmagador", segundo o comissário europeu da Energia, Dan Jørgensen, estabelece um prazo legalmente vinculativo para a proibição total de importações de gás por gasoduto e de gás natural liquefeito (GNL). O Parlamento Europeu defende uma meta mais ambiciosa, propondo o fim das importações de GNL já em 2026.
A medida representa um desafio para países como a Hungria e a Eslováquia, que continuam fortemente dependentes da energia russa e têm resistido à pressão de Bruxelas.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, chegou a afirmar que o seu governo está a "trabalhar em formas de contornar" as sanções impostas às petrolíferas russas, defendendo o direito do seu país de comprar energia a preços mais baixos. A Eslováquia, por sua vez, ameaçou vetar o 19.º pacote de sanções, mas acabou por dar "luz verde" após obter garantias de que Bruxelas tomaria medidas para reduzir os preços da energia na Europa.
Apesar da redução significativa desde 2022, o gás russo ainda representa cerca de 13% das importações da UE.
Em resumoA UE está a formalizar o seu divórcio energético da Rússia com uma proibição total de importações de gás planeada para 2028. Este movimento estratégico para a segurança energética do bloco enfrenta, no entanto, desafios internos, com a Hungria e a Eslováquia a hesitarem em cortar os laços energéticos com Moscovo, evidenciando as diferentes realidades e dependências dentro da União.