A votação foi precipitada pela queda do governo de Dick Schoof, após o Partido para a Liberdade (PVV) de Geert Wilders abandonar a coligação devido a divergências sobre políticas de imigração. A campanha eleitoral foi dominada por temas como a crise na habitação e as migrações, com Wilders a capitalizar o descontentamento popular, defendendo uma "paragem total" para requerentes de asilo. As sondagens indicavam uma disputa renhida entre o PVV de Wilders e a coligação de Verdes e sociais-democratas (GroenLinks-PvdA), liderada por Frans Timmermans.
Apesar da provável vitória do PVV, a formação de um governo permanece um desafio, uma vez que os principais partidos tradicionais, como o VVD, recusam coligações com a extrema-direita. Esta fragmentação política, que poderá exigir uma coligação de pelo menos cinco partidos para garantir uma maioria de 76 assentos, ameaça prolongar a instabilidade que se instalou desde a saída de Mark Rutte. A situação política interna já enfraqueceu a influência neerlandesa em Bruxelas, contrastando com o papel central que o país desempenhou durante os 14 anos de governação de Rutte em dossiês como o orçamento, a defesa e a migração da UE.
A dificuldade em formar governos estáveis — o último processo demorou mais de seis meses — paralisa o executivo e mina a sua credibilidade junto dos parceiros europeus.
O resultado destas eleições é, por isso, acompanhado com atenção em toda a Europa, pois poderá redefinir o rumo político de um dos membros fundadores da UE e testar a capacidade do sistema neerlandês para superar a polarização.













