A questão voltou à agenda com a aproximação do horário de inverno, mas a falta de consenso no Conselho da UE impede qualquer avanço legislativo. Em 2019, o Parlamento Europeu votou a favor de acabar com o acerto dos relógios até 2021, na sequência de uma consulta pública em que 84% dos 4,6 milhões de cidadãos europeus inquiridos se manifestaram nesse sentido.

Contudo, a proposta legislativa está bloqueada no Conselho, onde os Estados-Membros não conseguem chegar a uma posição comum.

Recentemente, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que Espanha irá propor novamente o fim definitivo da mudança de hora, argumentando que a prática já não representa uma economia de energia e perturba os ritmos biológicos.

No Parlamento Europeu, o comissário dos Transportes Sustentáveis e Turismo, Apostolos Tzitzikostas, defendeu que o sistema "já não serve qualquer propósito" e "prejudica as pessoas", especialmente crianças e idosos.

Os eurodeputados de vários grupos políticos manifestaram o seu apoio, apelando à Comissão e à Presidência dinamarquesa do Conselho para que encontrem uma solução. No entanto, a decisão final depende dos Estados-Membros, que teriam de escolher entre manter permanentemente o horário de verão ou o de inverno, uma decisão que acarreta complexidades logísticas e económicas transfronteiriças.

Enquanto o impasse persistir, os cidadãos europeus continuarão a adiantar e a atrasar os relógios duas vezes por ano, como estipulado pela diretiva comunitária de 2000.