Os líderes da União Europeia estão a debater uma nova proposta da Comissão Europeia para acelerar os processos de deportação de cidadãos estrangeiros em situação irregular, numa tentativa de tornar os retornos mais eficazes. A iniciativa surge num contexto de crescente pressão migratória e visa simplificar os procedimentos e garantir o reconhecimento automático das decisões de deportação em todo o bloco. A proposta, apresentada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, prevê a criação de uma base legal para "plataformas de retornos", instalações onde os migrantes sem direito a permanecer na UE poderiam ser temporariamente detidos antes de serem repatriados. Von der Leyen defendeu a necessidade de "avançar com celeridade" para obter "resultados tangíveis", em linha com os valores europeus e o direito internacional.
Esta medida será integrada no "Pacto para o Mediterrâneo", que visa reforçar a cooperação com países como Tunísia, Egito e Marrocos na gestão dos fluxos migratórios.
Paralelamente, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, organizou uma reunião informal com outros dez Estados-Membros, incluindo Alemanha, Áustria e Países Baixos, para discutir "soluções inovadoras em matéria de migração".
O combate ao tráfico de seres humanos é outra prioridade, com a Comissão a apelar a uma maior cooperação para desmantelar redes criminosas.
As discussões ocorrem enquanto se realizam iniciativas locais, como a conferência em Braga sobre o Pacto Europeu para as Migrações e Asilo, que destacou a importância das parcerias e da integração de refugiados a nível municipal.
No entanto, a situação no terreno permanece dramática, com a Organização Internacional para as Migrações a reportar quase 1.400 migrantes desaparecidos ou mortos no Mediterrâneo em 2025.
Em resumoA União Europeia procura endurecer a sua política migratória, com propostas para acelerar as deportações de migrantes em situação irregular e reforçar parcerias com países do Mediterrâneo. Enquanto se debatem novas ferramentas legais e centros de detenção, a crise humanitária no mar persiste, e a gestão dos fluxos migratórios continua a ser um dos maiores desafios para a coesão do bloco.