A cooperação em áreas como armazenamento de gás, biometano e matérias-primas críticas oferece benefícios estratégicos tanto para Kiev como para Bruxelas.
O documento, da autoria de investigadores do ‘think tank’ polaco Forum Energii, defende que a Ucrânia pode tornar-se um pilar estratégico para a Europa. O estudo identifica três áreas principais para cooperação futura: o aproveitamento das vastas reservas subterrâneas de gás da Ucrânia, equivalentes a 10% da procura anual da UE; o potencial de exportação de biometano, que pode substituir parte do gás russo; e as reservas ucranianas de matérias-primas críticas como lítio e grafite, essenciais para tecnologias limpas e para reduzir a dependência europeia da China. O custo da reconstrução energética da Ucrânia é estimado em 67,8 mil milhões de euros, um montante que, segundo o estudo, poderá ser parcialmente coberto por investimento privado e fundos europeus.
No entanto, os autores alertam para riscos como a vulnerabilidade das infraestruturas a ataques russos e o controlo político sobre empresas estatais.
O estudo traça dois cenários: um de sucesso, em que a Ucrânia se integra na UE e se torna um ‘hub’ energético, e outro de colapso, caso a guerra se prolongue, em que o país volta a ficar sob influência russa. Os investigadores concluem que “apoiar a reconstrução ucraniana é, acima de tudo, um ato de defesa da ordem ocidental” e que a escolha entre os dois caminhos “definirá não apenas o futuro da Ucrânia, mas também da ordem energética e geopolítica da Europa”.












