O Chanceler alemão, Friedrich Merz, apoiou a venda de caças Eurofighter Typhoon à Turquia, considerando que a mesma reforça a segurança coletiva da NATO. No entanto, a visita a Ancara evidenciou as contínuas divergências sobre o Estado de direito, que mantêm as negociações de adesão da Turquia à UE num impasse. A Alemanha, que integra o consórcio que constrói os caças Eurofighter, levantou em julho o seu veto à venda de 20 aeronaves à Turquia, um negócio avaliado em cerca de 6,1 mil milhões de euros. Durante uma conferência de imprensa com o Presidente Recep Tayyip Erdoğan, o chanceler alemão afirmou que "todos concordamos que estas aeronaves servirão a segurança coletiva da Aliança".
Esta decisão assinala uma reaproximação pragmática no campo da defesa, reconhecendo o papel estratégico da Turquia na NATO.
Contudo, no plano político, as barreiras persistem.
Merz sublinhou que, embora queira "preparar o terreno para a adesão da Turquia à União Europeia", o país "ainda não cumpre os padrões do Estado de Direito e da democracia".
O chanceler expressou "preocupação quanto à independência do poder judicial na Turquia", uma crítica velada à situação política interna do país.
Em resposta, Erdoğan defendeu o modelo turco, afirmando que se a UE apresentar os "critérios de Copenhaga", a Turquia tem os "critérios de Ancara para contra-atacar".
As negociações de adesão da Turquia à UE estão num impasse desde 2018 devido ao retrocesso democrático no país.
Em resumoO acordo para a venda dos caças Eurofighter evidencia a parceria de segurança pragmática entre membros-chave da UE e a Turquia no seio da NATO. No entanto, esta cooperação coexiste com profundas divergências políticas sobre valores democráticos, que continuam a bloquear o caminho da Turquia para a adesão à UE.