Estas mudanças assinalam um potencial aumento de atritos entre Praga e Bruxelas.

Após as eleições de outubro, o movimento populista ANO, do magnata Andrej Babis, formou uma coligação maioritária com o SPD e o partido Motoristas Unidos, que se opõe ao Pacto Ecológico Europeu.

A nova aliança, que controla 108 dos 200 assentos parlamentares, já anunciou a sua intenção de bloquear a adoção do euro, mantendo a coroa checa como moeda nacional.

O momento mais simbólico desta viragem foi a eleição de Tomio Okamura para a presidência do parlamento, um cargo de elevada importância institucional.

Okamura é uma figura controversa, conhecido pelas suas posições críticas em relação à União Europeia e à NATO, e considerado pró-russo.

Um dos seus primeiros atos foi retirar a bandeira ucraniana da fachada do parlamento, um gesto que a sua antecessora, Marketa Pekarova Adamova, classificou como "lamentável" e contrário aos "valores fundamentais da República Checa". A nomeação de Okamura e a formação desta coligação marcam uma mudança de rumo para um país que, até agora, se contava entre os maiores apoiantes da Ucrânia, e introduz um novo foco de euroceticismo no seio da UE.