A decisão, que representa uma vitória política para o primeiro-ministro Viktor Orbán, foi alcançada após um encontro com o presidente Donald Trump em Washington.

O acordo surge num contexto de forte pressão dos EUA para que os países europeus cessem a compra de energia russa, como forma de pressionar o Kremlin a terminar a guerra na Ucrânia. No entanto, Trump mostrou-se recetivo aos argumentos de Orbán, que destacou a dependência húngara e a sua condição de país sem acesso ao mar. "Estamos a analisar a situação, [os húngaros] estão a ter dificuldades em obter petróleo e gás de outras regiões", afirmou Trump, reconhecendo que a Hungria está "numa situação diferente" de outros países europeus. Em contrapartida pela isenção, a Hungria comprometeu-se a comprar aproximadamente 600 milhões de dólares em gás natural liquefeito aos EUA.

Inicialmente, Orbán anunciou que a isenção era "geral" e "por tempo indeterminado", uma informação que foi posteriormente corrigida por uma fonte da Casa Branca, que especificou a validade de apenas um ano.

A Hungria é altamente dependente da energia russa, adquirindo 85% do seu gás e 65% do seu petróleo de Moscovo, e tem-se oposto às sanções da UE contra a Rússia, mantendo boas relações com o Kremlin. A decisão dos EUA evidencia as divisões dentro do bloco ocidental sobre a abordagem a seguir em relação à Rússia e o papel estratégico da Hungria como um aliado de Putin dentro da UE e da NATO.