Muitos enfrentam o risco de extradição por não conseguirem renovar os seus passaportes, uma tática de "repressão transnacional" do regime de Alexander Lukashenko. Durante uma conferência de imprensa na Web Summit, em Lisboa, Tsikhanouskaya e a empresária Tania Marinich expuseram a situação precária de muitos bielorrussos que vivem em Portugal e noutros países da UE. Por serem opositores ao regime de Lukashenko, as autoridades bielorrussas recusam-se a emitir-lhes novos passaportes ou outros documentos oficiais, como diplomas, impedindo-os de renovar as suas autorizações de residência e de encontrar emprego. “Os bielorussos fugiram da repressão do regime no seu país; foram para a Ucrânia, de onde fugiram por causa da guerra; agora, correm o risco de serem deportados de Portugal.

São duplo-refugiados.

We’re stateless and lawless”, declarou Tsikhanouskaya.

Esta tática é descrita como uma forma de “repressão transnacional” para complicar a vida dos exilados. Foi enviada uma carta ao Governo português a “pedir uma mudança na abordagem” na emissão de autorizações de residência.

Para além do apelo político, Tsikhanouskaya dirigiu-se também às grandes empresas tecnológicas como Google, Meta e TikTok, pedindo-lhes que apoiem a luta pela liberdade.

Em concreto, solicitou o bloqueio de “vídeos propagandísticos que o regime produz”, como confissões forçadas de opositores detidos. “Hoje, toda a Europa fala de segurança... mas não podemos esquecer que, por vezes, o poder militar, por si só, é inútil, sem pessoas dispostas a defender os seus valores”, afirmou, defendendo a necessidade de garantir que as “grandes empresas trabalhem sempre para as democracias e nunca para ditadores”.