A posição reflete uma mudança histórica na política de defesa alemã, impulsionada pela guerra na Ucrânia.

Numa videoconferência das Forças Armadas, Merz afirmou que “a ameaça russa é real” e que é sentida “diariamente” na Alemanha através de “sabotagens, espionagem, ciberataques, voos de ‘drones’, assassinatos a soldo e desinformação direcionada”.

O chanceler sublinhou a responsabilidade da Alemanha como “terceira economia do Mundo” e a necessidade de o seu exército estar “à altura” dos desafios.

Esta visão foi corroborada pelo ministro da Defesa, Boris Pistorius, que reforçou que a Rússia está a armar-se para outra guerra e que a possibilidade de um ataque a outro país europeu não é um “cenário abstrato”.

Para Pistorius, a única forma de manter a paz é através de uma “dissuasão credível”.

Esta mudança de postura é acompanhada por um aumento significativo do investimento.

Prevê-se que a Alemanha gaste 62,4 mil milhões de euros em defesa em 2025, com planos para aumentar este valor para 82,7 mil milhões em 2026.

O objetivo a longo prazo é despender 3,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em despesas militares até 2029, um valor consideravelmente superior à meta de 2% da NATO.

Esta política de rearmamento foi viabilizada por uma revisão constitucional que permite um maior endividamento para investir na defesa.