A iniciativa procura contornar o bloqueio da Hungria, que tem vetado o avanço das negociações, evidenciando as tensões internas do bloco sobre o alargamento.

Agendada para 10 e 11 de dezembro, a reunião dos ministros dos Assuntos Europeus em Lviv é um passo simbólico e prático para manter o ímpeto da candidatura da Ucrânia, que obteve o estatuto de país candidato em 2022. A Comissão Europeia, num relatório recente, concluiu que a Ucrânia, apesar da guerra, tem continuado “fortemente empenhada no caminho para a adesão à UE, concluindo com sucesso o processo de avaliação e avançado em reformas fundamentais”.

No entanto, o progresso formal nas negociações dos capítulos de adesão está congelado devido ao veto do governo húngaro, liderado por Viktor Orbán.

Budapeste justifica a sua oposição com preocupações sobre os direitos da minoria húngara na região ucraniana da Transcarpátia, nomeadamente em questões linguísticas e educativas.

Esta posição tem criado tensões no seio da UE, uma vez que a abertura das negociações de adesão requer unanimidade entre os 27 Estados-membros. A realização da reunião em território ucraniano visa, assim, enviar uma mensagem clara de que a maioria do bloco continua empenhada no alargamento, procurando preparar o terreno para que o processo possa acelerar assim que o obstáculo político húngaro for ultrapassado.