A iniciativa visa melhorar a análise e a utilização de informações recolhidas pelos serviços secretos dos 27 Estados-membros, num contexto de crescentes desafios geopolíticos.

O plano surge como resposta a um “complicado panorama geopolítico e geoeconómico”, exacerbado pela guerra híbrida da Rússia, a pressão da China e a incerteza quanto ao futuro do apoio de segurança dos EUA à Europa.

A nova unidade, que fará parte do secretariado-geral da Comissão, pretende ser uma estrutura pequena e complementar, com o objetivo de centralizar e analisar informações de forma mais eficaz. De acordo com um porta-voz, o projeto “cooperaria estreitamente com os respetivos serviços do SEAE [Serviço Europeu de Ação Externa]”. No entanto, a proposta já enfrenta resistência interna, nomeadamente por parte do Centro de Análise de Inteligência da UE (INTCEN), que opera no seio do SEAE e teme uma sobreposição de funções.

O maior desafio, contudo, reside na relutância histórica dos Estados-membros em partilhar informações sensíveis, uma área considerada de soberania nacional.

A desconfiança entre os países, agravada pela presença de governos com posições pró-Rússia, como o da Hungria, complica ainda mais a cooperação.

A criação desta unidade representa um passo ambicioso para uma maior integração da UE na área da segurança, mas o seu sucesso dependerá da capacidade de von der Leyen em garantir a confiança e a colaboração política dos 27.