O chanceler alemão, Friedrich Merz, declarou a intenção de transformar as forças armadas da Alemanha no "maior exército convencional da União Europeia", afirmando que o país "não tem tempo a perder" para se rearmar face a uma "ameaça real" da Rússia. Esta mudança de postura representa um ponto de viragem histórico na política de defesa alemã e tem profundas implicações para a autonomia estratégica da Europa. Numa videoconferência das Forças Armadas, o chanceler Merz sublinhou que a ameaça russa se manifesta diariamente na Alemanha através de “sabotagens, espionagem, ciberataques, voos de 'drones', assassinatos a soldo e desinformação direcionada”. Esta perceção de ameaça iminente está a impulsionar um rearmamento significativo, apoiado por uma revisão constitucional que permite um maior endividamento para investir na Defesa. O ministro da Defesa, Boris Pistorius, reforçou a urgência da situação, afirmando que a possibilidade de a Rússia atacar outro país europeu não é um “cenário abstrato”.
O objetivo financeiro é ambicioso: o governo alemão pretende gastar 3,5% do seu PIB em despesas militares até 2029, superando largamente a meta de 2% da NATO.
Esta transformação visa não só garantir a segurança da Alemanha, mas também responder às expectativas dos aliados europeus, que olham para a maior economia do bloco para assumir um papel de liderança na defesa continental.
O rearmamento alemão, embora visto com desconfiança por alguns parceiros como a França, é considerado necessário por outros, como a Polónia, e poderá alterar fundamentalmente o equilíbrio de poder militar e a dinâmica de segurança dentro da União Europeia.
Em resumoO chanceler alemão, Friedrich Merz, anunciou o objetivo de construir o maior exército convencional da UE como resposta direta à “ameaça real” da Rússia. Esta mudança histórica na política de defesa da Alemanha é apoiada por um aumento substancial do orçamento militar, que deverá atingir 3,5% do PIB, e visa reforçar a segurança alemã e a capacidade de dissuasão da Europa.