A posição reflete a forte oposição do setor agrícola francês ao tratado, que teme concorrência desleal por parte dos produtores sul-americanos.
Numa entrevista, Jordan Bardella afirmou que "a França deverá usar o seu lugar no Conselho [Europeu] e ameaçar suspender a sua contribuição para o orçamento da União Europeia, caso a implementação do acordo prossiga".
A principal crítica centra-se no facto de os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) não estarem sujeitos às mesmas normas de produção, ambientais e sanitárias que os agricultores europeus, o que, na sua opinião, sacrificaria a agricultura francesa.
A ameaça surge num contexto de hesitação por parte do próprio governo francês.
Apesar de o Presidente Emmanuel Macron se ter mostrado inicialmente "bastante otimista" quanto à aprovação do acordo durante uma visita ao Brasil, mais tarde recuou, afirmando que, no seu estado atual, o acordo receberia "um redondo não da França".
O tratado, que está em negociação há duas décadas, visa facilitar o comércio entre os dois blocos, permitindo à UE exportar produtos como automóveis e máquinas, enquanto o Mercosul aumentaria as suas exportações de produtos agroalimentares, como carne de bovino e soja. No Parlamento Europeu, um projeto de resolução contra o acordo comercial foi bloqueado por razões processuais, mas a oposição de 145 deputados de vários Estados-membros evidencia a ampla controvérsia que o tema gera.














