Um vasto esquema de corrupção no setor energético da Ucrânia, que levou à demissão de dois ministros, está a gerar preocupação entre os parceiros europeus, que alertam para o risco de o escândalo minar o apoio contínuo a Kiev. O Presidente Zelensky reagiu com a promessa de uma reforma abrangente do setor e a imposição de sanções contra um empresário próximo de si, alegadamente envolvido. A investigação, denominada "Operação Midas" e conduzida pelo Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU), revelou o desvio de cerca de 100 milhões de dólares na empresa estatal de energia atómica, Energoatom.
O alegado mentor do esquema, Timur Mindich, é descrito como um amigo próximo e ex-sócio de Zelensky.
O escândalo forçou a demissão dos ministros da Energia, Svitlana Hrynchuk, e da Justiça, German Galushchenko (que fora anteriormente ministro da Energia).
A reação dos aliados europeus foi imediata.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, exigiu que Zelensky lutasse "com energia" contra a corrupção, enquanto o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, advertiu que estes casos dificultam a manutenção da solidariedade internacional, numa altura em que a fadiga da guerra se instala.
Em resposta à pressão interna e externa, Zelensky anunciou uma "reformulaçãodas principais empresas estatais de energia", com a nomeação de novos conselhos de supervisão, auditorias financeiras e a substituição de administradores. Adicionalmente, impôs sanções, como o congelamento de bens, a Timur Mindich, afirmando que "o presidente de um país em guerra não pode ter amigos" quando a transparência está em causa.
Em resumoO escândalo de corrupção representa um desafio crítico para a Ucrânia, pois ameaça erodir a confiança internacional, essencial para o apoio militar e financeiro contínuo. A resposta rápida de Zelensky, com demissões e promessas de reforma, visa demonstrar aos parceiros europeus o compromisso do país com o Estado de direito, mesmo em tempo de guerra, um critério fundamental para a sua futura adesão à UE.