O governo de coligação alemão chegou a acordo sobre um novo modelo de serviço militar, que reintroduz o registo e a avaliação médica obrigatória para todos os homens de 18 anos a partir de 2026. A medida, descrita como um "sistema híbrido", visa reforçar as Forças Armadas (Bundeswehr) face ao alterado panorama de segurança na Europa, embora o serviço em si permaneça voluntário, a menos que o parlamento declare necessidade de defesa. O novo sistema, que entrará em vigor a 1 de janeiro de 2026, obriga todos os homens nascidos a partir de 2008 a preencher um questionário sobre a sua disponibilidade para servir e a submeterem-se a exames médicos para avaliar a sua aptidão. As mulheres também receberão o questionário, mas sem obrigatoriedade de resposta.
O objetivo é aumentar o efetivo militar de cerca de 183.000 para 270.000 até 2035. Para incentivar o voluntariado, o governo oferecerá um salário mensal de aproximadamente 2.600 euros brutos e subsídios para a obtenção da carta de condução. Caso o número de voluntários não seja suficiente para atingir as metas, o parlamento poderá ativar uma "obrigação de serviço militar por necessidade". Este acordo põe fim a meses de debate na coligação governamental e reflete uma mudança significativa na política de defesa alemã, suspensa desde 2011.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, saudou a decisão, considerando-a "muito importante" para a defesa coletiva da aliança.
Paralelamente, o governo alemão irá também expandir os serviços civis voluntários, com um investimento adicional para criar mais 15.000 vagas em áreas como a educação, o apoio social e a proteção civil.
Em resumoA reintrodução de uma forma de serviço militar obrigatório na Alemanha marca uma viragem histórica na sua política de defesa pós-Guerra Fria. A medida reflete a crescente preocupação com a segurança europeia e alinha a maior economia da UE com uma tendência de reforço das capacidades militares em resposta às ameaças geopolíticas, nomeadamente da Rússia.