Estas iniciativas representam uma mudança estratégica significativa, impulsionada pela guerra na Ucrânia e pela necessidade de maior autonomia. A Comissão Europeia apresentou um pacote legislativo para criar uma área de mobilidade militar na UE até 2027, apelidada de "Schengen Militar". O objetivo é "facilitar a movimentação rápida e eficiente de tropas, equipamentos e meios militares em toda a Europa", reduzindo drasticamente os prazos para autorizações de trânsito transfronteiriço de 45 para apenas três dias. A proposta inclui a harmonização de regras, a criação de um quadro de emergência para procedimentos acelerados e o reforço das infraestruturas de transporte de dupla utilização (civil e militar), com um orçamento proposto de 17,65 mil milhões de euros no próximo Quadro Financeiro Plurianual. Paralelamente, o Parlamento Europeu prepara-se para aprovar o primeiro Programa da Indústria de Defesa Europeia, dotado de um orçamento de 1,5 mil milhões de euros. Este programa visa promover a contratação pública conjunta, intensificar a capacidade produtiva da base industrial de defesa europeia e aumentar o apoio à Ucrânia, destinando 300 milhões de euros para a modernização da sua indústria de defesa. Como afirmou António Costa, Presidente do Conselho Europeu, a defesa tornou-se uma "nova dimensão da União Europeia", refletindo uma mudança radical na perceção de segurança do bloco.