A União Europeia desempenhou um papel central nas negociações da COP30, acabando por aceitar um texto final menos ambicioso do que o desejado para garantir um consenso e manter vivo o processo multilateral. A posição do bloco, que inicialmente ameaçou não haver acordo sem um roteiro para o fim dos combustíveis fósseis, ilustra o difícil equilíbrio entre a liderança climática e a necessidade de compromisso global. Após intensas negociações, a UE, juntamente com mais de 30 outros países, incluindo França e Alemanha, ameaçou bloquear um acordo que não incluísse um "roteiro credível" para a eliminação dos combustíveis fósseis. O comissário europeu do Clima, Wopke Hoekstra, chegou a afirmar que o que estava em cima da mesa era "inaceitável" e que se estava "perante um cenário sem acordo".
No entanto, perante a oposição de países como China, Índia e Arábia Saudita, e com o objetivo de preservar o multilateralismo, o bloco europeu acabou por ceder.
A ministra portuguesa do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, admitiu que o acordo foi "muito" difícil de alcançar internamente e que o resultado foi "o máximo que conseguimos obter, era isto ou um não acordo". A delegação da UE conseguiu incluir as suas "linhas vermelhas" no texto final, mas o documento foi amplamente considerado "insípido" e menos ambicioso do que o esperado.
A ministra portuguesa também criticou a preparação europeia para a cimeira, afirmando que a UE ficou isolada por não ter trabalhado em alianças prévias com países africanos ou latino-americanos.
Em resumoNa COP30, a União Europeia optou por um compromisso pragmático, sacrificando parte da sua ambição climática para evitar o colapso das negociações e manter a integridade do processo multilateral. Este desfecho evidencia os limites da influência da UE no cenário global e a necessidade de uma diplomacia climática mais inclusiva e estratégica para alcançar os seus objetivos.