O acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, após 25 anos de negociações, aproxima-se de uma fase decisiva, com o Presidente brasileiro Lula da Silva a anunciar a sua assinatura para 20 de dezembro. No entanto, a França mantém-se como um obstáculo significativo, exigindo a inclusão de uma "cláusula de salvaguarda robusta" para proteger o seu setor agrícola. Durante uma reunião à margem da cimeira do G20, o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Nöel Barrot, transmitiu ao seu homólogo argentino, Pablo Quirno, as condições estabelecidas pelo Presidente Emmanuel Macron para o apoio francês.
A principal preocupação de Paris reside no impacto que a importação de produtos agrícolas do Mercosul, como carne bovina, aves e açúcar, poderá ter nos agricultores franceses.
Estes já protagonizaram grandes protestos em janeiro, considerando o acordo fatal para os seus negócios.
A cláusula de salvaguarda permitiria à UE limitar temporariamente a importação de um produto específico caso este causasse danos a um setor europeu.
Apesar de a Comissão Europeia ter assinado o acordo em dezembro de 2024 e ter apresentado medidas para proteger os produtos agrícolas mais sensíveis, Paris considera a redação atual do pacto "inaceitável". A ratificação do acordo, que criaria um mercado de 780 milhões de pessoas, depende da aprovação de todos os Estados-membros da UE, tornando a posição francesa um elemento crucial para a sua concretização.
Em resumoApesar do anúncio do Presidente brasileiro sobre a iminente assinatura do acordo UE-Mercosul, a França continua a opor-se, exigindo cláusulas de salvaguarda mais fortes para proteger o seu setor agrícola. A posição francesa é um obstáculo crucial para a ratificação final do pacto comercial, que está em negociação há 25 anos.