A Hungria continua a desafiar a unidade da União Europeia em relação à Rússia, com o primeiro-ministro Viktor Orbán a planear uma visita a Moscovo para discutir energia, enquanto o Parlamento Europeu classifica o país como um "regime híbrido de autocracia eleitoral". O representante magiar da UE prepara-se para se encontrar com Vladimir Putin pela segunda vez em menos de um ano, com o objetivo declarado de conversar sobre petróleo e gás russos. Esta aproximação destoa da política geral da UE, uma vez que a Hungria é um dos únicos países do bloco que continua a importar combustíveis fósseis da Rússia e tem-se oposto a sanções contra Moscovo. Orbán chegou mesmo a pedir à UE que apoiasse o plano de paz inicial de Donald Trump para a Ucrânia, que era amplamente favorável à Rússia.
Esta postura acentua as divisões internas no seio da UE, um ponto sublinhado por uma resolução do Parlamento Europeu.
O relatório aprovado pelos eurodeputados alerta para a "deterioração acelerada da democracia na Hungria", acusando Orbán de usar o seu poder de veto para bloquear decisões cruciais sobre a Ucrânia e as sanções.
O documento recorda que Budapeste tem atualmente 18 mil milhões de euros em fundos comunitários congelados devido a violações do Estado de direito, ilustrando o profundo fosso entre o governo húngaro e as instituições europeias.
Em resumoA postura da Hungria, marcada pela aproximação diplomática a Moscovo e pela oposição a sanções, representa um desafio persistente à coesão da política externa da UE. A condenação do Parlamento Europeu ao retrocesso democrático no país evidencia um conflito de valores fundamental que compromete a capacidade do bloco para agir de forma unida e decisiva, especialmente na sua resposta à agressão russa.