A intensa atividade diplomática foi espoletada pela apresentação de um plano de 28 pontos pela administração de Donald Trump, que foi visto em Kiev e nas capitais europeias como excessivamente favorável a Moscovo.

A proposta inicial incluía exigências russas como a cedência de territórios ucranianos no Donbass, uma redução significativa das forças armadas da Ucrânia para 600.000 efetivos e a renúncia formal à adesão à NATO.

Perante o risco de um acordo que consideravam uma "capitulação", os líderes europeus mobilizaram-se rapidamente. Numa reunião à margem da cimeira do G20, vários líderes, incluindo António Costa e Ursula von der Leyen, declararam que o plano era uma "base que requer trabalho adicional". A UE apresentou uma contraproposta que rejeitava as limitações ao exército ucraniano e mantinha a porta da NATO aberta.

O ponto de viragem ocorreu em Genebra, onde representantes dos EUA, da Ucrânia e da UE — incluindo França, Alemanha e Reino Unido — negociaram um "quadro de paz atualizado e aperfeiçoado".

O plano foi reduzido para 19 pontos, com as questões mais sensíveis, como as fronteiras, a serem remetidas para discussões diretas entre Trump e Zelensky.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiterou o princípio fundamental do bloco: "nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia", rejeitando quaisquer limitações que deixassem o país "vulnerável a futuros ataques".

A Rússia, por sua vez, rejeitou as alterações europeias, considerando-as "absolutamente não construtivas".