No entanto, a ratificação do pacto, que criaria um dos maiores mercados do mundo, continua a enfrentar um obstáculo significativo: a oposição de França, que exige maiores proteções para o seu setor agrícola.
O acordo, que juntaria 780 milhões de pessoas, foi politicamente concluído em 2019, mas a sua ratificação tem sido adiada por preocupações, sobretudo ambientais e agrícolas.
Recentemente, a França voltou a expressar as suas reservas.
Numa reunião à margem da cimeira do G20, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, reiterou ao seu homólogo argentino a necessidade de finalizar uma "cláusula de salvaguarda robusta".
Este mecanismo permitiria à UE limitar temporariamente as importações de produtos específicos, como carne bovina, aves e açúcar — setores em que Brasil e Argentina são grandes exportadores —, caso estas causem danos à indústria agrícola europeia.
A posição francesa é fortemente influenciada pela pressão dos seus sindicatos agrícolas, que em janeiro paralisaram o país em protesto contra o que consideram ser uma concorrência desleal.
Embora o Presidente Macron tenha mostrado alguma abertura, a posição oficial de Paris é que o acordo, na sua forma atual, é "inaceitável".
A Comissão Europeia, por seu lado, tenta mediar, tendo já apresentado medidas para proteger os produtos agrícolas mais sensíveis, mas a aprovação final do acordo depende da unanimidade dos Estados-Membros, o que confere a França um poder de veto de facto.














