Alemanha e França lideram esta transformação, com reformas profundas nos seus modelos militares, sinalizando uma nova era de responsabilidade europeia pela sua própria segurança.

A Alemanha, em particular, está a implementar a sua maior reforma militar desde a Guerra Fria.

O chanceler Friedrich Merz comprometeu-se a construir "o exército mais forte da Europa", com um plano para aumentar o número de militares ativos para 260 mil até 2035.

O Governo aprovou uma nova lei de recrutamento que, embora focada no voluntariado com melhores salários, não descarta convocações obrigatórias se as metas não forem atingidas.

Esta mudança é justificada pela perceção de que a Rússia poderá testar a NATO até 2029. Em França, o Presidente Emmanuel Macron anunciou a criação de um serviço militar voluntário de dez meses para jovens, com o objetivo de reforçar a "capacidade de resistência da nação" perante a possibilidade de um "confronto de alta intensidade".

Macron advertiu que seria um "erro sermos fracos" perante a Rússia, que, segundo ele, trava uma "guerra híbrida" contra a Europa.

Esta tendência de remilitarização é visível noutros países, como a Polónia, que está a modernizar a sua marinha com a compra de submarinos suecos.

Estas iniciativas nacionais refletem uma consciência coletiva de que a segurança europeia já não pode depender exclusivamente da aliança transatlântica.