A União Europeia lançou formalmente o "Pacto para o Mediterrâneo", uma nova iniciativa estratégica destinada a redefinir e aprofundar a cooperação com os países do Norte de África e do Médio Oriente. Apresentado durante o 10.º Fórum Regional da União pelo Mediterrâneo (UpM) em Barcelona, o pacto visa abordar de forma integrada os desafios geopolíticos, económicos e de segurança numa região considerada vital para a estabilidade europeia. A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, sublinhou que "a importância geopolítica da região não pode ser subestimada" e que existe uma "janela de oportunidade para redefinir a relação".
O pacto inclui mais de 100 iniciativas que abrangem áreas como a segurança energética, o desenvolvimento de infraestruturas digitais como o 5G, o apoio aos jovens através de formação e emprego, e uma gestão mais eficaz das migrações. A ideia central é criar oportunidades nos países de origem para que a migração seja uma escolha e não uma necessidade.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, presente no fórum, destacou a importância de alargar o diálogo também à União Africana, argumentando que a estabilidade do Mediterrâneo está intrinsecamente ligada à do continente africano, especialmente em regiões como o Sahel.
O pacto é visto como uma resposta à necessidade de a Europa se afirmar como um parceiro estratégico numa área descrita como a "fronteira mais desigual do mundo", procurando criar uma parceria baseada na "copropriedade e corresponsabilidade".
Em resumoO "Pacto para o Mediterrâneo" representa um esforço concertado da UE para estabilizar a sua vizinhança meridional através de uma cooperação mais profunda e estruturada. Ao focar-se em projetos concretos e no diálogo político, Bruxelas espera gerir melhor os fluxos migratórios, reforçar a sua segurança e promover a prosperidade mútua numa região de importância estratégica crucial.