Um relatório da consultora LLYC revela uma mudança significativa no foco dos cidadãos europeus, impulsionada pela percepção de ameaças externas, nomeadamente a guerra na Ucrânia.
Esta tendência é particularmente acentuada nos Estados-membros que fazem fronteira com a Rússia.
Na Letónia, o tema atinge 71% das menções, seguindo-se a Eslováquia (68%), a Chéquia (64%) e a Estónia (63%), refletindo uma preocupação direta com a instabilidade geopolítica na região.
Em contraste, países como França e Espanha dedicam mais atenção a questões de democracia e valores. O estudo, intitulado “VDL 2.1: Unified voice, fragmented audience, weak reception”, analisou mais de 800 discursos de Comissários Europeus e milhões de menções online, concluindo que, apesar de a Comissão Europeia, sob a liderança de Ursula von der Leyen, priorizar a competitividade na sua comunicação institucional, a mensagem não ressoa uniformemente junto do público.
A análise revela uma “voz unificada” em Bruxelas, mas uma “audiência fragmentada” nos Estados-membros. O relatório sugere que, para colmatar esta lacuna, a UE deveria combinar o foco em temas estruturais com uma reafirmação dos valores fundadores do projeto europeu, como a democracia e os direitos humanos, de modo a criar uma narrativa comum que legitime a ação coletiva e melhore a receção das suas prioridades estratégicas.













