A investigação, conduzida pela Procuradoria Europeia (EPPO), abala a confiança nas instituições europeias e envolve também o diplomata Stefano Sannino e um funcionário do Colégio da Europa. A operação incluiu buscas nas instalações do Colégio da Europa em Bruges, onde Mogherini é reitora desde 2020, e no Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) em Bruxelas.

As suspeitas centram-se no alegado favorecimento de uma candidatura para um projeto de instrução de jovens diplomatas, a Academia Diplomática da UE, que recebeu financiamento comunitário.

Segundo a EPPO, o projeto vencedor terá tido acesso a informação confidencial, o que comprometeu a concorrência justa do processo.

A investigação abrange o período de 2021 e 2022, quando o SEAE era liderado por Josep Borrell.

O Colégio da Europa, conhecido por formar a elite diplomática do continente e frequentado por figuras como Emmanuel Macron e Roberta Metsola, está agora no centro de um escândalo que testa os mecanismos de controlo e transparência da UE. A vice-presidente da Comissão Europeia, Roxana Mînzatu, manifestou-se “absolutamente chocada” com a notícia, sublinhando que a confiança na UE “tem de ser defendida”.

Apesar da gravidade das acusações, os três detidos, incluindo Mogherini e Sannino, foram libertados após interrogatório, por a Procuradoria considerar não haver perigo de fuga.