O acordo, alcançado entre o Parlamento Europeu e os Estados-membros, foi celebrado pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, como um “dia histórico” e um “virar da página para sempre”. Von der Leyen destacou os progressos já alcançados, referindo que as importações de gás russo caíram de 45% para 13% do total da UE desde o início da guerra. O plano prevê uma eliminação faseada: os contratos de curto prazo para gás natural liquefeito (GNL) e gás por gasoduto serão proibidos a partir de meados de 2026, enquanto os contratos de longo prazo para GNL terminarão em janeiro de 2027 e os de gasoduto em setembro do mesmo ano. A legislação foi desenhada para ser aprovada por maioria qualificada, evitando assim um possível veto de países como a Hungria e a Eslováquia, que se têm mostrado mais relutantes em cortar os laços energéticos com Moscovo.
A reação do Kremlin foi de desdém. O porta-voz Dmitri Peskov advertiu que a Europa se está “a condenar a fontes de energia mais caras”, o que, na sua opinião, irá acelerar “o processo de perda” de poder económico e competitividade do bloco. A UE tem vindo a substituir o gás de gasoduto russo por GNL de outras fontes, nomeadamente dos Estados Unidos, embora a Rússia ainda representasse uma parte significativa das importações de GNL em 2024. Países como Portugal, embora com uma dependência reduzida, ainda importam GNL russo e terão de encontrar alternativas.














