A investigação, conduzida pela Procuradoria Europeia (EPPO), levou à sua detenção temporária e a buscas em locais-chave como o Colégio da Europa, em Bruges, do qual é reitora, e o Serviço de Ação Externa da UE (SEAE), em Bruxelas. A investigação centra-se em suspeitas de fraude relacionadas com o financiamento da UE para a criação da Academia Diplomática da União Europeia, um projeto destinado à formação de jovens diplomatas.

A EPPO suspeita que a competição justa foi comprometida, alegando que um dos candidatos ao concurso público, o Colégio da Europa, teve acesso a informação confidencial que o beneficiou indevidamente. Além de Mogherini, que liderou a diplomacia europeia entre 2014 e 2019, foram também detidos e indiciados o diplomata italiano Stefano Sannino, antigo secretário-geral do SEAE, e um outro funcionário do Colégio da Europa.

Os três foram libertados após interrogatório, por não se considerar haver perigo de fuga. O caso ganha maior dimensão por envolver o Colégio da Europa, uma instituição de elite para a formação de diplomatas europeus, frequentada por figuras como Emmanuel Macron e Roberta Metsola.

A vice-presidente da Comissão Europeia, Roxana Mînzatu, expressou estar “absolutamente chocada” com a notícia, sublinhando que a confiança na UE “tem de ser defendida”. A Comissão Europeia confirmou que as buscas no SEAE se referem a atividades ocorridas durante o mandato anterior, quando o serviço era tutelado por Josep Borrell, e que o levantamento da imunidade de vários suspeitos foi aprovado antes da operação.