As ameaças, proferidas horas antes de uma reunião com enviados dos EUA sobre a paz na Ucrânia, foram recebidas com uma mistura de preocupação e ceticismo por parte de líderes da UE e da NATO, que as consideram uma tática de pressão diplomática. Putin acusou os líderes europeus de não terem um “programa de paz” e de estarem “do lado da guerra”, alegando que as suas exigências para um acordo na Ucrânia são “inaceitáveis” e visam “bloquear todo o processo de paz”. A sua declaração, “não temos a intenção de fazer guerra à Europa, mas se a Europa o desejar e começar, estamos prontos imediatamente”, foi vista como uma tentativa de dividir os aliados ocidentais.

Em resposta, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, desvalorizou a ameaça, afirmando: “Não vou reagir a tudo o que o presidente russo diz”.

Rutte insistiu na necessidade de continuar a pressionar Moscovo e a fortalecer a posição da Ucrânia.

Outros líderes europeus seguiram uma linha semelhante, com o governo alemão a considerar a retórica como “não é novidade” e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega a assegurar que “ninguém está à procura de uma guerra com a Rússia”.

No entanto, analistas citados nos artigos alertam que, embora possa ser um “bluff”, a linguagem é “muito perigosa”, dado que a Rússia é uma potência nuclear. O ex-ministro da Defesa de Portugal, José Azeredo Lopes, advertiu que “Putin sabe tocar nos pontos que, para nós, são muito sensíveis, que nos enervam, que nos deixam com medo”, e que a UE continua a dormir perante as ameaças.