Uma crescente tendência de reforço militar está a varrer a Europa, com vários países, incluindo a Alemanha e a França, a reavaliar e a expandir os seus modelos de serviço militar. Esta mudança na postura de defesa é uma resposta direta à agressão russa na Ucrânia e à perceção de uma ameaça crescente à segurança do continente. A Alemanha deu um passo significativo com a aprovação, pelo Bundestag, de um plano para restabelecer o serviço militar numa base voluntária, embora com elementos de natureza obrigatória, como o preenchimento de um questionário e a realização de um exame de aptidão para todos os jovens de 18 anos. A lei, que entrará em vigor em 2026, deixa em aberto a possibilidade de reintroduzir o serviço obrigatório caso o número de voluntários seja insuficiente.
Esta decisão alemã insere-se numa “tendência europeia de reforço do setor da defesa”.
Países como França, Itália e Bélgica estão a expandir o serviço militar voluntário, enquanto as nações nórdicas e bálticas, mais próximas da Rússia, reforçam o recrutamento obrigatório.
Os especialistas consideram estas medidas como “sinais relevantes de que a Europa está a mudar”.
No entanto, a iniciativa não é universalmente popular.
Na Alemanha, os jovens entrevistados mostraram uma forte rejeição à ideia de se alistarem.
“Eu nunca vou para o exército”, afirmou um adolescente, com outros a indicarem que invocariam a objeção de consciência. O incentivo financeiro de um salário de 2.600 euros brutos não parece ser suficiente para mudar a opinião desta geração, que não conhece ninguém disposto a alistar-se voluntariamente.
A medida reflete a urgência sentida pelos governos em preparar as suas forças armadas para um ambiente de segurança cada vez mais instável.
Em resumoO reforço dos sistemas de serviço militar em toda a Europa, liderado por potências como a Alemanha e a França, sinaliza uma profunda reavaliação da segurança continental face à ameaça russa. Embora essencial do ponto de vista estratégico dos governos, esta tendência enfrenta a resistência das gerações mais jovens, criando um dilema entre as necessidades de defesa do Estado e as aspirações individuais dos seus cidadãos.