A iniciativa, que visa cobrir as necessidades financeiras de Kiev para 2026-2027, enfrenta forte resistência da Bélgica, onde a maioria dos ativos está depositada, e levanta sérias questões jurídicas e financeiras. O plano, defendido por Ursula von der Leyen, propõe que Bruxelas contraia empréstimos junto de instituições financeiras que detêm os ativos do Banco Central russo, sendo o montante reembolsado apenas após a Rússia pagar reparações de guerra à Ucrânia. No entanto, a Bélgica, onde se encontra a central de valores mobiliários Euroclear com cerca de 185 mil milhões de euros em ativos russos, tem bloqueado a medida.
O ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Maxime Prévot, classificou a proposta como "a pior" das opções disponíveis, afirmando que as preocupações de Bruxelas estão a ser "menosprezadas" e que o país não pode ficar "sozinho a enfrentar os riscos".
A oposição belga centra-se nos graves riscos para o seu sistema financeiro e na falta de garantias adequadas dos outros Estados-membros.
A situação foi agravada pela recusa do Banco Central Europeu (BCE) em fornecer liquidez de emergência para apoiar o plano. A presidente do BCE, Christine Lagarde, foi categórica: "Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar a Ucrânia, mas não violaremos os tratados".
Segundo Lagarde, atuar como um mecanismo de apoio violaria o artigo 123.º do tratado da UE, que proíbe o financiamento monetário dos Estados. A Comissão Europeia tenta acalmar os receios belgas, prometendo "salvaguardas muito fortes" e um "mecanismo de solidariedade", mas o impasse persiste e será um tema central na próxima cimeira de líderes da UE.














