O documento acusa a Europa de estar "em decadência" e de ser liderada por responsáveis "fracos", ameaçando interferir na política interna do bloco.

A nova doutrina, alinhada com a abordagem "América Primeiro", representa uma rutura histórica nas relações transatlânticas.

O documento divulgado pela Casa Branca ataca duramente os parceiros europeus, alegando que o continente enfrenta um "apagamento civilizacional" devido à imigração e critica a "obsessão mal sucedida com asfixia regulatória".

Numa entrevista ao Politico, Donald Trump aprofundou estas críticas, descrevendo a Europa como um conjunto de nações "em decadência" e os seus líderes como "fracos" e "realmente estúpidos".

A resposta europeia foi imediata e unida na condenação.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que a Europa não pode aceitar uma "ameaça de interferência na sua vida política", sublinhando que "se somos aliados, devemos agir como tal".

A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, classificou o documento como uma "provocação", embora tenha reafirmado que os EUA continuam a ser o "maior aliado" da UE.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, considerou "inaceitáveis" várias partes do texto.

A estratégia norte-americana sugere ainda que Washington apoiará "partidos patrióticos europeus", nacionalistas e identitários, para ajudar a Europa a "corrigir o seu rumo", citando o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, como um exemplo a seguir.

Esta postura confirma um afastamento ideológico e estratégico, forçando a Europa a acelerar o debate sobre a sua autonomia e a reavaliar a solidez do seu compromisso com os Estados Unidos.