Mogherini, que atualmente é reitora do prestigiado Colégio da Europa em Bruges, foi detida e interrogada durante cerca de 10 horas, juntamente com outros dois suspeitos, incluindo o diplomata italiano Stefano Sannino. As autoridades realizaram buscas nas instalações do Colégio da Europa e no Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) em Bruxelas.

A investigação suspeita que, no concurso para um projeto da Academia Diplomática da União Europeia, um dos candidatos terá tido acesso a informação confidencial, o que comprometeu a concorrência justa.

Após o interrogatório, os três suspeitos foram libertados, por não se considerar existir perigo de fuga.

Numa declaração escrita, Federica Mogherini garantiu que irá oferecer a sua "colaboração total às autoridades" e expressou "toda a confiança de que será comprovada a retidão das ações do Colégio da Europa". O caso abala as instituições europeias, dado o perfil da principal visada, que foi vice-presidente da Comissão Europeia entre 2014 e 2019, e a reputação do Colégio da Europa como uma instituição de elite para a formação de diplomatas europeus. A vice-presidente da Comissão Europeia, Roxana Mînzatu, afirmou à Euronews ter ficado "absolutamente chocada" com a notícia, sublinhando que a confiança na UE "tem de ser defendida".