A nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, que questiona a fiabilidade dos aliados europeus, funcionou como um "grande abanão", levando muitos analistas a concluir que a Europa já não pode depender indefinidamente do apoio militar de Washington. Este cenário de "blocalização", onde o mundo se reorganiza em blocos regionais, exige que a Europa se consolide como um ator coeso e autónomo.
Em resposta, surgem iniciativas concretas para fortalecer a resiliência do continente.
A associação Eurelectric propôs que os Estados-membros utilizem parte do orçamento destinado à NATO para reforçar as redes elétricas contra ataques híbridos, considerando a segurança energética como um pilar da defesa.
Simultaneamente, a Europa procura reduzir a sua dependência industrial, como evidencia o Pacto da Indústria Limpa, que visa impulsionar a produção local em setores estratégicos.
No domínio militar, a tendência é clara: os países europeus estão a aumentar as compras de armamento produzido no continente, uma política que, embora irrite Washington, é vista como essencial para fortalecer a indústria de defesa europeia. A Alemanha, por exemplo, revelou o seu plano de guerra, a "Operação Deutschland", que prevê uma mobilização massiva em caso de ataque à NATO, refletindo uma mudança radical na sua postura de segurança. A Europa enfrenta, assim, o desafio de transformar a retórica sobre autonomia estratégica em capacidades concretas, um processo que definirá o seu papel no novo cenário global.














