O primeiro-ministro búlgaro, Rosen Zhelyazkov, anunciou a demissão do seu governo após semanas de protestos em massa que levaram dezenas de milhares de cidadãos às ruas para exigir o fim da corrupção generalizada. A renúncia ocorre num momento crítico para o país mais pobre da União Europeia, a poucas semanas da sua prevista adesão à zona euro, a 1 de janeiro de 2026. As manifestações, que chegaram a reunir mais de 100.000 pessoas na capital, Sófia, foram inicialmente desencadeadas por propostas controversas para o orçamento de 2026, que incluíam aumentos de impostos e foram posteriormente retiradas.
No entanto, o descontentamento evoluiu para um movimento mais amplo contra a corrupção sistémica.
Ao anunciar a demissão, Zhelyazkov afirmou: "Ouvimos a voz dos cidadãos e devemos atender às suas reivindicações".
A sua renúncia ocorreu horas antes de o governo enfrentar uma moção de censura no parlamento, a sexta apresentada pela oposição.
O Presidente Rumen Radev descreveu as manifestações como um voto de "desconfiança no gabinete" por parte do povo. A crise política gera incerteza sobre a estabilidade do país e o seu cronograma de integração europeia, nomeadamente a adoção do euro, um passo que já enfrentava a oposição de quase metade da população búlgara, segundo sondagens recentes. A queda do governo, menos de um ano após ter tomado posse, evidencia a profunda frustração popular com a governação e a corrupção no seio da UE.
Em resumoA demissão do governo búlgaro, pressionado por vastos protestos anticorrupção, mergulha o país numa crise política em vésperas da sua entrada na zona euro. A instabilidade reflete o descontentamento popular com a corrupção endémica e coloca em risco o progresso da sua integração na União Europeia.