A instabilidade surge num momento particularmente crítico, a poucas semanas da data prevista para a adesão da Bulgária à zona euro, a 1 de janeiro de 2026, colocando este objetivo em risco. As manifestações, que duraram várias semanas e contaram com uma forte adesão de jovens, iniciaram-se devido a uma proposta de orçamento para 2026, mas rapidamente evoluíram para um movimento mais amplo contra a corrupção endémica e a influência de figuras controversas como o ex-magnata dos media Delyan Peevski. O governo, do partido conservador GERB, retirou a proposta orçamental, mas não conseguiu conter a fúria popular, acabando por se demitir na véspera de uma moção de censura.

O Presidente Rumen Radev, que apoiou os manifestantes, deu início às consultas com os principais partidos para tentar formar um novo executivo.

No entanto, caso estas negociações falhem, a constituição prevê a nomeação de um governo interino e a convocação de novas eleições, o que prolongaria a incerteza política. A crise no país mais pobre da UE sublinha os desafios persistentes relacionados com o Estado de direito e a corrupção, que podem comprometer a sua plena integração económica no bloco.