A oposição, centrada na proteção da agricultura europeia e em preocupações ambientais, ameaça fazer descarrilar um dos maiores acordos de livre comércio do mundo.
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, afirmou em comunicado que “as condições não estão reunidas para que o Conselho da UE vote a autorização para a assinatura do acordo”, agendada para 20 de dezembro. Lecornu exigiu que os prazos fossem adiados para garantir “medidas de proteção legítimas” para a agricultura europeia. A ministra da Agricultura francesa, Annie Genevard, reforçou esta posição, declarando que um acordo que coloque os agricultores franceses em risco “é impossível”.
A Polónia e a Bélgica também manifestaram preocupações.
Em contrapartida, a maioria dos Estados-membros, incluindo Portugal, Espanha, Alemanha e Itália, apoia a ratificação do acordo, que criaria uma zona de livre comércio abrangendo 780 milhões de pessoas. A Comissão Europeia manifestou esperança de que as condições para a assinatura sejam alcançadas a tempo da cimeira do Mercosul. Para tentar mitigar as preocupações, o Parlamento Europeu está a considerar a introdução de salvaguardas, como a suspensão de tarifas preferenciais caso as importações do Mercosul prejudiquem os agricultores europeus.
O futuro do acordo depende agora da capacidade de Bruxelas para gerir estas profundas divisões internas antes das votações decisivas no Conselho.














